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Quinto dia : No Caminho da Fé

Quando cheguei em Poços, liguei para meu amigo-padrinho-quase-irmão, o Adinan, porque eu tinha falado para ele que ficaria em sua casa. Mas casa de vó é casa de vó, e pensando bem mudei de idéia. Mas como ainda não conhecia a casa nova do Adinan e da Cristiane (também minha prima, coincidentemente), fui visitá-los. Bela casa, hein Adinan ??!! Gostei bastante, muito bom gosto o de vocês !

Voltei para a casa da Vó, onde pedimos uma pizza, comemos e ficamos eu e ela conversando na sala. Falamos sobre os parentes que eu já tinha visitado, sobre o passado, sobre os lugares que eu passei, até que ela falou que estava com sono e foi dormir. Foi quando fui visitar a “bat-caverna”, tipo um porão onde ficam as coleções de discos (de vinil), as coleções de HQs dos meus tios, além de muitos livros e curiosidades antigas. Fiquei lá até não aguentar mais de sono, lá pelas 23:00.

A noite foi muito bem dormida, e ao acordar a vó Rita já tinha até feito café… Tomei café com ela e levantei acampamento, ansioso pela pedalada. O começo foi passando pelo centro da cidade, o que inevitavelmente trouxe lembranças. Principalmente ao passar pela r. Agnelo Leite (uma travessa da av. João Pinheiro), onde ainda existe a casa que moramos quando eu era criança.

Quando a cidade começou a ficar para trás e a estrada virou terra (oba !) apareceu uma entrada à direita com um obstáculo :

Nessa hora eu fiquei sem saber o que fazer. Tinha três opções : entrar a direita ignorando a placa , voltar e mudar o caminho ou seguir a estrada de terra em frente… O problema é que eu não sabia onde ela sairia. A porteira de ferro estava trancada com cadeado, eu teria que pular para entrar a direita e seguir o caminho que tinha traçado. Confesso que fiquei com medo de haver algum segurança, ou câmeras de vigilância, e já estava quase voltando quando passou um motoqueiro. Minha intenção era perguntar onde sairia a estrada de terra, mas ele acabou me falando, sem eu perguntar, sobre a estrada da porteira. Me disse que os trilheiros costumam seguir por ali, ignorando a placa. Que ela está ali só para automóveis e caminhões. Oba ! Valeu ! Assim incentivado, pulei a porteira !

Aí começou a parte mais técnica de toda a viagem, com um singletrack meio fechado de mato, cheio de pedras, molhado de orvalho, o que somado ao frio da manhã em Poços de Caldas foi um fator agravante a mais. De repente entendi : essa estrada era uma antiga ferrovia, a julgar por essa ponte que atravessei.

Fato esse que ficou mais do que comprovado adiante, quando apareceu um trecho onde ainda existem trilhos…

Esse trecho fica às margens da represa do Bortolan, onde a família de um amigo de infância tinha uma casa e sempre convidava para um banho de piscina. Mais lembranças, Get Back Trip ! O singletrack aparece bem definido nessas fotos.

A partir daí passei por um trecho sem muitos atrativos, numa estrada bem movimentada de caminhões, que serve de acesso à CBA (Companhia Brasileira de Alumínio). Digno de nota foi que, por causa do hábito de cumprimentar os passantes, eu acabei cumprimentando uns 30 motoristas de caminhão ! Uma homenagem ao meu salvador no primeiro dia de viagem, o caminhoneiro Erasmo… Ele merece !(ver Get Back Trip Parte 1)

Foi então que, perto da estação Cascata, a paisagem começou a ficar interessante de novo.

Até que cheguei no bairro Cascata, onde existe uma antiga estação com o mesmo nome. A linha que passa por ali ainda está ativa para trens de carga, e vindo de Poços, esta é a estação antes da descida da serra para Águas da Prata.

Meu caminho pré traçado era por uma estrada de terra que saiu desse bairro e seguiu por um tempo paralelo à linha do trem, do outro lado da montanha, para, depois de algumas voltas, descer para Águas da Prata por uma descida vertiginosa com uma super vista, que no mapa do GPS estava marcada como Estrada do Deus-Me-Livre ! Foi um dos trechos mais bonitos da viagem, mas como estava bem nublado, não consegui tirar fotos boas…

Passando pelo bairro da Fonte Platina, cheguei em Águas da Prata. Parei na fonte para encher o cantil com a famosa água da Prata…

A estação da cidade :

Procurei a Sede do Caminho da Fé para pegar a credencial do peregrino, pois mesmo não sendo dessa vez eu quero terminar o caminho em outra ocasião. Como já eram 13:30 e eu teria uma serra para subir antes de chegar em Andradas, liguei para duas opções de lugar para ficar, uma no alto da serra, 10 Km antes, e uma já na cidade. Como as duas tinham vaga, deixei para decidir no caminho, de acordo com o desenvolvimento do pedal.

Liguei para o Hamilton, meu primo que trabalha em Águas da Prata e fui visitá-lo. Só lamentei o fato de não ter mais tempo para conversar com ele, um figura, de quem eu sempre gostei, desde criança.

Comecei então, o famoso Caminho da Fé, inspirado pelo Caminho de Santiago, que corta a Serra da Mantiqueira em direção à cidade de Aparecida do Norte. O caminho é todo marcado por setas amarelas, muito difícil se perder… Saindo de Águas da Prata, começa a subida da serra do Pico do Gavião, que não é tão íngreme, mas constante e longa. Em alguns lugares, além das setas amarelas em postes, mourões e outros, existem também placas de sinalização (patrocinadas por quem faz a propaganda; nesse caso, uma das empresas já mudou de nome, até…)

Esse foi um trecho bem bonito da viagem, pena que eu estava preocupado com a hora. Mas essa preocupação não me impediu de parar no lugar chamado “Ponte de Pedra” para umas fotos e um pequeno descanso. Pena que estava frio, sem sol, não tive ânimo para um banho…

Nesse ponto já eram quase 17:00, eu teria pouco tempo de claridade, e ainda faltavam uns 15 Km até o centro de Andradas, sendo que 10 Km seriam descida forte. Ainda por cima a neblina era espessa e estava bem baixa. Eu pensei : descida forte, no escuro, na neblina e no molhado, é tombo na certa… ! Decidi dar uma olhada na Pousada do Pico do Gavião (um dos lugares onde eu tinha ligado) e ver a “carinha” dela. Se agradasse eu ficaria.

A neblina, o lusco-fusco do anoitecer, o frio, todos foram fatores decisivos. A pousada não é credenciada do Caminho, apesar dele passar em frente a ela, mas o dono dá desconto para peregrinos. Já eram 17:30 da tarde/noite quando passei por ali, e ao bater os olhos não tive dúvidas : é aqui mesmo que eu fico ! Olha se eu não tinha razão :

Essa era a vista do meu quarto, na manhã seguinte. Agora a vista oposta :

Depois de um banho e um jantar maravilhoso, simples, mas bem servido, quente e variado, eu ainda tentei conversar um pouco com o dono da pousada, o Cesar, mas percebi que ele é uma pessoa de poucas palavras, então, aproveitando o sono e o cansaço, fui dormir bem cedo, antes da 22:00.

O total desse dia foi de 68 Km com 1650 m de subida acumulada. Um dos dias em que mais pedalei… Mais detalhes como o mapa, gráfico de altimetria e outros, em : http://connect.garmin.com/activity/185288373

Continua…

 

Terceiro dia : São tantas emoções !

O Hotel Campestre não é exatamente um cinco estrelas, mas aquela cama de casal só para mim e o sono de oito horas ininterruptas foram fundamentais para a continuação da viagem. Isso sem contar aquela pomada para assadura de bebê que eu recomendo. Foi tiro e queda. (veja post anterior)

Ao sair de Campestre, a minha intenção era pegar uma estrada de terra que meus avós usavam para, a cavalo, lá pelos idos de 1960, visitar a minha bisavó Teresa, chamada de estrada do “Brejo”. Para tanto eu indaguei de um senhor na padaria sobre esse caminho e ele confirmou a rota que eu havia previamente traçado e passado para o GPS. Depois de ter me perdido no primeiro dia, eu fiquei meio traumatizado e passei a confirmar tudo, sempre…

Passei pelo trevo da cidade, bem modernizado :

Na sequência entrei na tal estrada do Brejo, que no início passa por diversas propriedades da zona rural de Campestre. Apesar do nome, não vi brejo nenhum, e sim uma estrada larga e boa, com alguns poucos pontos de lama, bem tranquilos. Passei por uma fazenda com cara de bem antiga e pensei :  “Essa eles viam quando passavam por aqui em 1960” !

Até que a estrada encontrou a principal, que agora é de asfalto. Dessa estrada eu ouvi muitas vezes meu avô falar, quando dizia que suas terras ficavam perto de São Gonçalo, na estrada que vai para Divisa Nova. Divisa Nova, para mim, era como se fosse em outro planeta, e dista apenas 20 Km de São Gonçalo. Esse distrito, passagem obrigatória para chegar ao sítio do Vô, é chamado atualmente de São Gonçalinho, talvez para, numa era globalizada, não confundir com São Gonçalo do Sapucaí, cidade que nem fica tão perto assim… Na época do meu avô não precisava nada disso…

Quando cheguei em São Gonçalo as lembranças vieram, sem fazer força… A igrejinha, o coretinho, que na pequenez da infância eram bem maiores… Apesar das árvores terem crescido, ainda se parece com o que eu me lembro. Conversei com alguns senhores na praça que conheceram meu avô. Um deles nem sabia do seu falecimento, ocorrido há sete anos… Foi nesse ponto que a volta ao passado começou forte, e a bike se transformou numa máquina do tempo !

Da estrada não lembrei muita coisa, a não ser quando me aproximei da casa da Tia Zulmira. Nesse ponto o coração começou a disparar porque as coisas não mudaram quase nada por ali, em 30 anos. Ao me deparar com a casa igualzinha  a das minhas lembranças os olhos se encheram de água. A única diferença era a perspectiva, antes de criança, perto do chão, agora de adulto, do alto (!) dos meus quase quarenta…!

A garagem ao lado, a árvore na frente, a varanda (alpendre, que era como nós chamávamos), tudo igualzinho, há mais de trinta anos. Ao entrar na casa, também pude notar que nada mudou… O tempo passou, isso é inevitável de notar, seja na surdez da tia, seja no passar das gerações : No lugar do Tio Nesmy (que era o marido da Tia Zulmira, morto num acidente terrível na secadora de café), O Mauro, no papel do chefe da casa. O cultivo, colheita e secagem do café continuam sendo o sustento da família, atividades que já são exercidas pelo Marquinhos, meu primo, filho do Mauro, neto da Tia Zulmira. O ciclo da vida continua…

O café secando no terreiro, cheiroso, cheiro de infância…

Após o almoço (delicioso, caseiro) o Mauro me levou de carro para as antigas terras do meu avô, onde ainda existe a casa que era dele e da Vó. Confesso que não me lembrei muito, principalmente do entorno, que está bem diferente. A casa que eu tinha na lembrança era menor…

Passamos na casa da Madrinha Téia e do Tio Marcílio, mas eles não estavam, tinham acabado de ir para Poços de Caldas. Fomos então buscar a minha prima Patrícia que chegou numa kombi, vinda do trabalho em Divisa Nova. Desnecessário dizer que eu não a conhecia, e tive um grande prazer em conhecer e conversar com ela e sua filha Tainá, mais uma prima, que me encantou pela beleza e inteligência.

Aqui tenho que registrar uma falha no meu registro de viagem. As emoções foram tantas que eu acabei esquecendo de fotografar os parentes… Mas tudo bem, fazer o quê ? Só voltando lá para reparar essa falha…

Depois de me despedir de todos, colocar a mochila nas costas, colocar o capacete e as luvas, ao pegar a bike percebi que o pneu traseiro estava furado. Tirei tudo de novo para acessar o kit remendo, e depois de desistir de remendar e trocar a câmara de ar pela reserva (me arrependeria disso alguns dias depois), segui viagem voltando até São Gonçalo para pegar o asfalto em direção a Botelhos. Para evitar um pedaço do asfalto passei pelo meio da fazenda Sertãozinho (propriedade dos Marinho) onde fotografei esse jequitibá no meio do cafezal.

Pensei no Hélio Ziskind com o seu “Gigante da Floresta”, esse é o “Gigante do Cafezal” !!

Nesse ponto estava terminando mais um dia de viagem, com minha chegada em Botelhos, que foi a cidade mais movimentada em termos de visitas a parentes.

Cheguei na casa da Tia Donana, outra tia avó, de 94 anos e ainda bem lúcida, uma figurinha ela. Mas isso é assunto para o próximo post…

Esse foi o dia que menos pedalei, em termos de distância percorrida, num total de pouco mais de 40 Km com 800 m de subida acumulada. Mais detalhes em : http://connect.garmin.com/activity/185285372

Continua…

Segundo dia : Que região linda !!!

Minha sensações na pousada em Santa Rita de Caldas, logo que cheguei de carona com o caminhoneiro Erasmo (ver post anterior) eram pouco auspiciosas… O primeiro dia da viagem tão planejada tinha sido um quase fracasso. Eu não tinha chegado em São Pedro de Caldas, os primos Maurício e Zica me esperaram em vão, isso sem contar o fato de ter preocupado a todos com minhas desventuras !

Mas apesar disso tudo, eu não me sentia triste, nem querendo desistir, longe disso… Afinal a melhor parte ainda estava por vir, a razão dessa viagem, o encontro com o passado, o Get Back… Portanto tratei de pensar o melhor : não estava machucado, a bike estava em perfeitas condições, ou seja, tudo certo para continuar ! Até o desvio do trajeto para Santa Rita de Caldas não era tão grande assim. Assim, depois de um bom banho e um x-tudo (que eu pedi por telefone, delivery !), eu estava pronto para o que viesse…! A pousada não era lá essas coisas, apesar da boa intenção do encarregado (o Alessandro), mas a cama era confortável e resolveu o meu cansaço.

No dia seguinte, depois de um café da manhã na padaria, e a comunicação com a “base” (minha mãe me ajudou muito nessa viagem, na questão do contato com os parentes, ela foi minha verdadeira “central de comunicação”…!), segui pelo asfalto até a estrada “oficial” para São Pedro de Caldas, que é de terra.

Depois de entrar nessa estrada pude perceber como essa região é bonita, muito mais do que eu lembrava…! Crianças não se preocupam com esses detalhes, a não ser que façam parte da brincadeira, não é mesmo ?? O relevo montanhoso proporciona paisagens deslumbrantes, além é claro de várias subidas e descidas. Mas a estrada de terra super batida não oferecia dificuldades técnicas. Durante os 18 Km de terra até São Pedro eu ia tentando, forçando a memória, mas não me lembrei de nenhum trecho em particular. Eu era muito pequeno quando percorria essa estrada no fusca azul do Vô Romeu…. Uma das primeiras recordações de que me lembro da minha vida é a ida para São Pedro com meus avós e sem minha mãe, quando acabei ficando doente e eles tiveram que me levar de volta.

Antes do meio-dia cheguei em São Pedro de Caldas. Na praça central as lembranças vieram com muita força, lembrei inclusive onde ficava a antiga casa dos avós, que foi demolida. Hoje uma obra inacabada ocupa o lugar. Outra coisa digna de nota é que a maioria dos nomes das ruas é parente. A casa do Maurício e da Zica, por exemplo, fica na rua Manoel Franco, que era o meu bisavô (“Vô Neco”). Impressionante como isso nos dá a sensação de estarmos “em casa” !

A Igreja de São Pedro de Caldas. Abaixo, a obra que ocupa o lugar onde era a casa dos avós.

Depois de um almoço caseiro delicioso, um descanso na sala, quando mais parentes chegaram (Iramir, filha do Tio Vado e o marido), e a prosa correu solta. Não faltaram os relatos da aventura do dia anterior, da preocupação de todos, e houve inclusive telefonemas de outros parentes querendo saber se eu tinha chegado bem !! Causei, hein ??!!

Daí em diante mais subida, em direção à Campestre. Lá do alto o Maurício me mostrou o lugar onde provavelmente eu me perdi. A vista do pico do Itacolomy ainda reinava.

Acima, São Pedro vista do alto, abaixo, o pico do Itacolomy :

Cheguei em Campestre por volta de 16 horas, me hospedei no Hotel Campestre, onde conheci o dono (há 40 anos), Seu Homero, figuraça, super gente boa, com quem fiquei conversando bastante tempo. Seu Homero era baterista do grupo Moon´s Boys, e ainda ostenta com orgulho no lobby do hotel a foto da banda, tirada lá pelos idos de 1950. Em Campestre tive que comprar uma pomada para assaduras. Dois dias sentado pedalando, dá nisso !!! Pomada de nenê, diga-se de passagem, e que resolveu o problema. A igreja matriz de Campestre :

Fui jantar num restaurante simples, comi um PF super farto e gostoso, mais comida caseira. Tomei uma cerveja para comemorar o segundo dia de pedal e fui dormir como um anjo…

Detalhes em : http://connect.garmin.com/activity/185285173

Continua…

Cheguei !! Consegui !!! 405 Km em 7 dias !!! Como diz o Rei, foram muitas emoções !!! Mas vamos por partes, que são muitas histórias para contar…

Primeiro dia : Perdido na escuridão !

Saí de Pouso Alegre exatamente às 6:00 da manhã. O sol ainda não tinha aparecido, e o frio cortava. Nessa de minimizar a sensação térmica eu descobri uma coisa : pra quem não está acostumado, a balaclava pode ser bem desconfortável. Mas, enfim, segui, parecendo um ladrão encapuzado (porém de capacete) em meio às brumas do alvorecer. O trecho inicial até Congonhal foi sem surpresas nem grandes esforços, já que tem poucas subidas. O mesmo não se pode dizer do trecho a seguir, a subida da serra, em direção à igreja de N. S. da  Obediência. Haja perna !! Com a mochila pesada nas costas, ainda mais !… Nesse ponto eu confesso que duvidei da minha capacidade de cumprir todo o percurso…. Depois de penosos 5Km, a recompensa !!! Lá no alto pude ver a nebulosidade ficando lá pra baixo e para trás e o dia lindo e azul começando a reinar. Um verdadeiro tapete de nuvens !

Senador José Bento avistada lá de cima :

Como já esperava, o caminho se apresentou cheio de subidas e descidas. A grande questão, no entanto, era se o traçado feito visualmente, pelo Google Earth, seria correspondente à realidade. Na maior parte do trajeto deu tudo certo, as estradas eram largas, bem batidas, sem entrar em porteiras ou atravessar pastos ou plantações.

Passei pelo bairro do Barreiro (Município de Ipuiúna), onde proseei com o tiozinho que varria a rua (de asfalto !). Pena que não tirei foto… Do velhinho não, mas do bairro tirei sim…

Depois de mais algumas subidas (óia as Ingrids !!!) e descidas, comecei a avistar o pico do Itacolomy, em toda sua beleza. Durante um bom tempo ele esteve ao alcance da visão, porque o caminho que tracei contornou a face sul em 180 graus. Foi um dos trechos mais bonitos desse dia e da viagem ! Algumas fotos :

Nesse ponto comecei a atravessar várias áreas de reflorestamento de eucaliptos (os famosos “Calipás”), mas continuava dando certo o traçado feito “a olho”. Passei por um aglomerado de casas (leia-se bairro) onde pedi água e conheci um grupo de meninos que logo começaram a perguntar mil coisas sobre a bike. Perguntei se podia fotografá-los. A mãe deles disse que eu podia tirar fotos se fosse “do bem”… Então tirei !

O dia passava, e por causa da quantidade de subidas e descidas, a pedalada não rendia muito. Já eram quase 16:00. Até que a distância percorrida no GPS começou a chegar perto da marca dos 70 Km. Como a estimativa até São Pedro de Caldas era de 85 Km (no máximo), eu achei que podia começar a me sentir em casa. Ainda mais quando , ao passar por uma plantação onde o milho estava sendo colhido, o caminhoneiro que esperava enquanto o caminhão era carregado me disse que eu estava a menos de 10 Km de distância de São Pedro. Os primos Maurício e Zica me esperavam com um jantar e uma cama boa, e eu já começava a pensar nisso tudo quando o inacreditável começou a acontecer numa velocidade estonteante.

O primeiro indício de algo errado foi quando o traçado do caminho no GPS começou a não coincidir com a realidade. O GPS apontava para um lado e a estrada ia para outro. Eu devia ter adivinhado que a partir daí as coisas começariam a não dar mais tão certo…Foi quando, ao passar por uma porteira (mau sinal) e chegar a uma propriedade, uma mulher com cara de poucos amigos me disse que eu estava no caminho errado ! Xi ! Agora danou-se !!!… Pedi para ela me explicar o caminho certo, e achei que tivesse entendido. Eu tive que voltar umas três subidas, o que me atrasou bastante. Nesse ponto resolvi ligar (aproveitando o sinal do celular) para avisar os primos para que não se preocupassem. O problema aí foi que eu achei que estava no caminho certo, e só me atrasaria um pouco. Ledo engano. Ao seguir a estrada que achei ser a certa, o sol já tinha se posto, e a pouca luminosidade se esvaía rapidamente.

De repente, fim da linha. A estrada acabou na beira de um rio, o GPS apagou, começou a chover, e aí eu disse pronto…! Tô perdido. Enquanto subia o que tinha descido achando que estava certo, eu liguei mais uma vez para o Maurício e a Zica, para ver se eles sabiam onde eu estava, mas os poucos pontos de referência que eu passei não foram suficientes. Minha ideia naquele momento era achar uma casa onde pudesse pedir informações. O problema é que chovia, estava escuro, o GPS apagado, eu não sabia para onde estava indo, não reconhecia a estrada, não achava mais nenhuma casa, nenhuma luz, nada. Comecei a pensar seriamente na possibilidade de ter que dormir por ali mesmo. Procurava algo que pudesse servir de abrigo, quando vi a luz ! Sim , parecia a luz do sol, mas era apenas um farol de caminhão. Me postei na frente dele, no meio da estrada, feito um maluco, agitando os braços e gritando até que parou. Ufa ! Pelo menos uma informação já seria a salvação da lavoura.

– Ué ! Pensei que você soubesse o caminho para São Pedro…!

Sem entender direito, respondi : – Eu também pensei que soubesse….

– Se você tivesse me perguntado eu te explicava, hora dessa você já tava lá !

Era o caminhoneiro que eu tinha encontrado antes, que só agora estava indo embora com o caminhão carregado ! Ele me disse que seria difícil chegar em São Pedro no escuro. Aí eu resolvi apelar para o resgate. Perguntei para onde ele ia, e diante da resposta eu tive que decidir rápido. Não via outra saída a não ser capitular e pedir carona. Erasmo (o nome do meu salvador) disse sim, e a questão para mim passou a ser como o caminhão levaria a bike. Ele me disse que tinha uma corda, e com grande perícia amarrou a bicicleta firmemente na traseira do caminhão. E já que ele estava carregado com 20 toneladas de milho, seria difícil correr naquelas estradas de terra.

Chegamos em Santa Rita de Caldas lá pelas 19:30, onde arranjei uma pousada e um rango, e no fim das contas salvamo-nos todos… Fico pensando no que teria acontecido se não fosse época da colheita do milho… Valeu Erasmo ! Preciso também agradecer os primos, pelo tanto que os deixei preocupados…

Quanto a chegar em São Pedro de Caldas, ficou mesmo para o almoço do dia seguinte… Mas isso é assunto para o próximo capítulo…

Até onde o GPS marcou, foram 79 Km com 2300 m (!) de subida acumulada. Só para comparar : numa pedalada que fiz a uns tempos atrás, que deu um total de 105 Km, em que fomos até a pedra do Navio, a subida acumulada deu os mesmos 2300 m ! (http://connect.garmin.com/activity/104646803)

Mais detalhes do primeiro dia da minha Get Back Trip em http://connect.garmin.com/activity/185284936

Continua no próximo post…

Mairiporã é uma pequena cidade às margens da BR-381, a famosa rodovia Fernão Dias, que está separada de São Paulo pela Serra da Cantareira, e de Atibaia pela Pedra Grande. As outras fronteiras são com Nazaré Paulista, Bom Jesus dos Perdões, Francisco Morato e Franco da Rocha. O relevo é montanhoso, o que eu acho que deve ser um dos fatores determinantes para Mairiporã ser, na minha opinião, o paraíso do mountain bike.  Próxima de São Paulo, ela fica a uns 40 e poucos quilômetros da minha casa, em Pinheiros, ou seja, fácil e rápida de chegar (de carro) e tem muitas trilhas. Não exagero quando digo que nunca vi tantas trilhas num lugar só… Pra qualquer direção são várias, bem diversificadas, com todo tipo de terreno, tem subidas, descidas, singletracks, terrenos fáceis, difíceis, lama, areia, pedra, enfim, todos os ingredientes para diversão garantida !

Acho que já fui  para Mairiporã mais de vinte vezes, e nesse fim de semana não foi diferente, junto com meu amigo Tonhão fomos fazer uma trilha por lá. O tempo não estava muito propício, meio chove-não-chove, e friozinho, mas nada que um casaco corta-vento não resolvesse.

Na primeira vez que fui pra Mairiporã, foi por “acidente”, digamos… É que eu não planejei ir até lá. Isso foi na época que eu ainda pedalava no asfalto, no meio do trânsito, enfrentando carros e caminhões (Mais sobre trânsito versus bikes, veja meu post https://blogdolubassman.wordpress.com/2012/04/02/transito-versus-bikes-uma-modesta-opiniao/), e tinha resolvido ir pedalando de casa até a serra da Cantareira, pela Estrada da Roseira. Consegui chegar até no topo da serra, onde tem um portal de Mairiporã, e, ao invés de voltar, naquela empolgação meio burra depois de toda a descarga de endorfina da subida, eu fui em frente,  desci a serra do outro lado, e saí na beira da represa de Mairiporã. Aí bateu o arrependimento… Sim, porque para voltar para casa eu teria que subir tudo aquilo de novo, e já  tinha pedalado uns 40 Km (se bem me lembro). Ainda bem que achei uma árvore na margem da represa, onde tirei a sapatilha e a meia e coloquei os pés na água, enquanto saboreava o lanche e a sombra. Salvadores, esses “ingredientes” foram essenciais para enfrentar a subida de volta, que decidi, seria pela estrada de Santa Inês, já que eu pensava que seria menos inclinada… Ledo engano !!!

A Árvore da Sombra Salvadora !

Meu pé meu querido pé !! Descansando…

No final foram mais de 90 Km pedalados, e a certeza de que ali estava um lugar com grande potencial de exploração de trilhas. Passei a ir de carro e levar a bike, mas não dei muita sorte, na primeira vez que fui, acabei batendo o carro numa  caminhonete que vinha em sentido contrário, numa curva, não consegui frear, trombamos de frente ! Simplesmente destruiu a frente da minha Palio Adventure. Fiquei dois meses sem carro e adiei um pouco a exploração da região.

Um pouco antes do carro ficar pronto eu fui com meu amigo André, deixamos o carro dele num restaurante na estrada da Roseira e fomos pedalando até a pedreira Dib, que hoje está desativada. Um lugar bem peculiar, essa pedreira abandonada há mais de 50 anos. Uma grande cratera, imponente e meio lúgubre… Bem, nem tanto.

No fundo se formou um lago de águas pluviais…

A galera usa as paredes de pedra para fazer escalada…

Desde então não parei mais de ir para Mairiporã. Já fui tanto que até fiquei amigo do Jiló, o cara que olha os carros na rua da Feira. Ele me chama pelo nome quando chego. Bom, mas voltando ao assunto : As trilhas são muitas, é uma rede de estradas de terra e singletracks que precisa de muito tempo para assimilar totalmente. Ainda hoje, depois de muitas trilhas, eu me confundo !  Alguns caminhos da região :

Singletrack…

Singletrack com vista para a represa…

Singletrack com “pinguela” estreita !

Estradão de terra batida com cascalho e a represa ao fundo.

Estradinha de terra em meio às árvores…

E o “fiofó” da mata !!

O mais legal de Mairiporã é que as trilhas parecem inesgotáveis… É claro que não é assim, mas dá pra combinar as trilhas de maneiras diferentes, tornando inúmeras as possibilidades. Eu achei a maioria delas no site do Garmin Connect, do qual já coloquei diversos links em diversos posts. E sempre aparecem trilhas novas, nesse dia com o Tonhão a idéia era fazer uma trilha nova chamada “Neusa Louca” (não me perguntem porque esse nome !… Não faço a mínima idéia…). Mas como o tempo não ajudou, fomos fazer uma conhecida (por mim, pro Tonhão era tudo novidade…), em direção ao bairro Terra Preta (Já em Atibaia).

Outro aspecto interessante é esse dos nomes das trilhas… Tem cada coisa curiosa… Além da “Neusa Louca”, tem a trilha dos Macacos, a trilha do “Saco Roxo” (bem difícil, mesmo, faz jus ao nome), essas duas na serra da Cantareira. As subidas mais íngremes e longas ganham apelidos “carinhosos”, como a subida do “Ponto G”, ou a subida do “40”, ou ainda, a subida do “Fiofó da Cobra”… Hilário !!!

Em Mairiporã tem uma turma de bikers, os caras que exploram as trilhas da região, encabeçados por Mazinho Bender, a galera da Tribo do Pedal Selvagem (http://www.tribodopedalselvagem.com.br/),  eles realizam passeios pela região todo fim de semana, e são os que inventam esses apelidos ! Muito criativos !!

Mais algumas fotos da região :

Da coleção de igrejinhas rurais…

Mais uma…!

Outra …!

E mais outra !!! Agora chega !!!Vamos mudar para a categoria “Represa de Mairiporã” :

Águas límpidas azuis !!…

Águas límpidas verdes !!!… Por falar em água…

Uma linda cascata…! Mudando para ” Vistas Lindas de Lugares Altos” :

Asfalto e civilização…

Verde e isolamento…!

Uma vista parcial de Franco da Rocha (ou Francisco Morato, não sei…) Ao fundo, o Pico do Jaraguá.

Estrada com vista…!

Estrada com vista 2… Queria saber o nome dessa pedra… Por falar em pedra…

“No meio do caminho tinha uma pedra….”

Mais “Road With a View”…

Uma “pinguelona” chique e grande, uai !!!

Uma “pinguelinha” chique também, sô !!!

Uma árvore no tempo da seca, dentro do Parque Estadual do Juqueri…

Lindas flores !!! Alguém sabe a espécie ??

E essa árvore com raízes aparentes ?? Olha o Zé brincando de “Senhor dos Anéis”… KKKK

E, para terminar, uma cena inusitada :

Pra você ver que em Mairiporã encontra-se de tudo, mas tudo mesmo !!!

Algumas trilhas que eu fiz por lá :

http://connect.garmin.com/activity/150251738 – Trilha do Capim Branco – muito legal, cheia de singletracks e com algumas subidas  fortes.

http://connect.garmin.com/activity/177480006 – A trilha que fizemos sábado, eu e o Tonhão. Mezzo light…

http://connect.garmin.com/activity/167413070 – Trilha light, ideal para conhecer a região.

http://connect.garmin.com/activity/130563835 – Trilha do oleoduto, longa e difícil. Tem uma subida de mais de 25 % que é a mais forte de todos os tempos, eu acho…

http://connect.garmin.com/activity/169734640 – Mezzo forte, essa foi uma das que fiz recentemente.

Bom, mas chega de ficar aí só lendo e olhando, né mess ??? Que tá esperando para pegar a sua bike e partir para Mairiporã ??? Se quiser, pode me chamar que eu sou parceiro !!! Afinal, é como eu sempre digo : O paraíso do MTB é logo ali !

Experimente falar essa frase acima rapidamente… O que soa ? Isso mesmo :  Paranapiacaba ! Esse título, então, não tem nada a ver com o assunto, é só uma maneira de brincar com o som dessa palavra de origem Tupi-Guarani que significa : “de onde se vê o mar”. Mas que lugar é esse que dá pra ver o mar, ali, perto de Santo André (a vila é um distrito dessa cidade), a míseros 50 Km de Sampa ?

Paranapiacaba é um lugar peculiar. Vila fundada por ingleses, da companhia de trens de ferro São Paulo Railway, era, basicamente, um dormitório que se situava no próprio local de trabalho. As construções são típicas inglesas, de madeira, algumas ruas tem nomes em inglês, como a Av. Fox. Mas eu não vou falar muito sobre o lugar, tem um link com muita informação sobre a vila de Paranapiacaba, visite : http://pt.wikipedia.org/wiki/Paranapiacaba

Estou falando de mais uma pedalada, essa bem especial, tivemos a visita do Guilherme, companheiro de instrumento e de pedal, diretamente de Poços de Caldas via Pouso Alegre, mais eu, Zé Helder e Tonhão. O Gui veio comprar uma bike nova , mais um com uma 29er…! Até fiz umas fotos tipo antes e depois, uma da bike acabada de sair da loja, e outra depois de 40 Km com vários atoleiros e muita lama ! Olha só :

Ao chegarmos em Paranapiacaba o tempo estava instável, quase chovendo, mas foi melhorando até que lá pelas duas da tarde o sol apareceu e ficou. A trilha eu baixei do site Garmin Connect, com o nome de Trilha do Japonês. Depois entendemos o porquê…

O legal de pedalar nas redondezas de Paranapiacaba é que essa área é uma unidade de preservação da Serra do Mar, então vemos, em grandes trechos, vegetação de mata atlântica nativa, bem úmida. Logo na saída um trecho de subida, mas com bastante mata em volta.  Até que começamos a descer e passamos em Taquarussu, que parece uma continuação da vila, com sua igrejinha que parece uma miniatura.

Eu já conhecia uma parte dessa trilha, pois já tinha pedalado por ali algumas vezes, inclusive na cicloviagem de inverno de 2011, com Zé Helder, Valdomiro, Rica e Jotagê ; saímos de Paranapiacaba e fomos até Salesópolis no primeiro dia (http://connect.garmin.com/activity/98115727) e no dia seguinte percorremos a famosa estrada da Petrobrás, de Salesópolis até Caraguatatuba (http://connect.garmin.com/activity/98115445). Porém estava ansioso pela parte que não conhecia, a tal trilha do Japonês… Eis que surge o porquê desse nome : após um singletrack em subida, chegamos a um templo abandonado, bem triste e desolado, no alto de um morro.  Dá uma olhada :

A entrada toda cheia de mato… Eu dei uma pesquisada na internet em várias tentativas, mas não achei nada. Nem dá para saber se é mesmo japonês… Mas que parece, parece…!

A escadaria que o mato está cobrindo, e lá no alto a construção.

A vista lá de cima… O detalhe triste dos bambus no portal, secos e mortos.

O templo , ainda em bom estado… O sinal de abandono é, mais uma vez, o mato.

Seguindo pela trilha, encontramos vários atoleiros pelo caminho, e num deles eu consegui uma foto do Zé Helder em plena travessia :

Isso foi logo depois de nos depararmos com uma urtiga em flor. Olha que linda ! Mas só olha, que se encostar queima !

Vários trechos em singletrack :

Vários trechos com erosões e atoleiros :

Pausa para um lanche, o Gui trouxe umas coxinhas…

Encontramos vários córregos pelo caminho, mas teve um em especial que foi bem refrescante, com a água correndo, bem rasa, não resistimos e molhamos os pés, com sapatilha e tudo ! Além de tirar várias fotos…

Gui, Zé e Tonhão. E o córrego, e o sol, e os bambus, as árvores e tudo o mais !

Gui, Zé e eu. Trio de baixistas, por sinal. O Zé hoje virou a casaca, toca viola, mas já foi baixista… E se pensarmos que o Tonhão também toca baixo, essa pedalada foi a maior baixaria !!!

Esse é meu tipo de estrada preferido : Mata nativa, riozinho, estrada cheia de sombra… Não é demais ??!

Até que chegamos na estrada que vai para Paranapiacaba, onde tem uma encruzilhada com várias linhas de trem :

Chegando de volta na vila de Paranapiacaba, a galera “deitou o cabelo” num PF, para repôr as energias…

E para completar, vou aproveitar para colocar umas foto que a Rê tirou de Paranapiacaba em outra ocasião :

A vila, de tão inglesa, tem até uma réplica do Big Ben…

Valeu, Tonhão, Zé, por mais esse pedal, Gui, valeu, apareça sempre, abração procêis !!!

Mais detalhes como mapa, altimetria, distância percorrida, visite : http://connect.garmin.com/activity/168078706

Mais um pedal, mais uma vez com o Zé Helder, dessa vez num lugar novo : Piedade, uma cidade paulista na região de Sorocaba que eu achava que era pequena. Sempre antes de conhecer um lugar diferente, acho que todos nós imaginamos como será, criamos uma paisagem mental que na verdade não tem nenhuma correspondência com a realidade. Se temos informações sobre o lugar, é claro que a paisagem vai tender a ser mais acurada. No caso de Piedade, eu não tinha nenhuma informação sobre o lugar. Nunca ninguém me falou : “Estive em Piedade”. Então a paisagem que eu, mentalmente, desenhei era totalmente fruto da imaginação. Imaginei uma cidadezinha, pequena e pacata.  Qual não foi a minha surpresa ao chegarmos e nos depararmos com uma cidade de médio porte, trânsito intenso (nos horários de pico) e asfalto, bastante asfalto.

A trilha original começava na Vila Élvio (Piedade 1, Guia de Trilhas EnCICLOpédia, do Guilherme Cavallari), mas como o guia indicava estrada de terra para chegar até lá, resolvemos encarar o caminho, somando assim 34 Km aos 25 Km originais. A decepção foi que asfaltaram todo o caminho até a Vila… Tá, ok, tô exagerando um pouco, não foi tanta decepção assim. E para nós que não conhecíamos a região, valeu a pena.

A entrada da cidade, oriental no último !

Ao chegar na Vila Élvio, um mundo à parte : a vila existe em função de uma fábrica de móveis. Ali uma rua com estabelecimentos comerciais e a igreja no fundo.

A igrejinha :

A fábrica, ao fundo, à direita :

A chegada :

Aí começou a trilha, de verdade. O guia alertava para o fato de haver uma subida, “Dita do Matão” que era uma das mais íngremes do livro, o que nos deixou de antemão na expectativa.  Enquanto ela não chegava, a trilha começou plana, margeando um lago, e a princípio, subindo pouco. Até que começaram as “ditas”, mas ainda não “a” dita. Chegamos num lugar alto de onde se via o outro lado do vale, e a subida que teríamos que percorrer, e imediatamente eu deduzi : “Olha a “Dita” lá !!!

Ê, “Dita”, além de difícil ainda é exibida ! Essa subida, além de ser forte, é cheia de erosões e pedras, em trechos que, para mim, foram impedaláveis. Nessa próxima foto já estamos na metade da subida, onde ela suaviza antes de continuar implacável… Olha o Zé aí ! (na sombra, que o sol tava inclemente)

No vale, antes da subida, passamos por uma pousada que a Rê já tinha falado que é boa. A “Ronco do Bugio”, cuja entrada aparece na foto abaixo :

No final da subida nos deparamos com pedras grandes, do tipo colocadas com a “pinça de Deus”… Se bem que numa pedra em particular parece que Deus deu um golpe de caratê que partiu-a em duas. Ou então foi um raio muito poderoso…

Assim elas parecem colocadas com a pinça gigante…

Assim parecem quebradas com um golpe de caratê gigante…

O guia falava sobre um mirante , mas não conseguimos achar… Meu palpite é que estivemos bem perto dele, mas a trilha não estava visível, então resolvemos voltar. Mas tudo bem, mesmo sem mirante a paisagem foi bonita. Graças à “Dita do Matão”, que apesar de “íngridi” (como diz um amigo, zoando, querendo dizer “íngreme”) e difícil, nos levou para as alturas !

No total foram 58,86 Km com 1569 m de ascensão total. Mais detalhes, como mapa e altimetria, na página do Garmin Connect : http://connect.garmin.com/activity/165091083

Quando eu morei em Pouso Alegre (MG), de 1998 até 2005, eu tinha o costume de explorar a região pedalando. Aliás, foi nessa época que eu comecei a pedalar com mais “afinco”, por assim dizer. Tudo bem que era uma exploração superficial, eu nem tinha recursos para fazer diferente, GPS era muito caro, ainda não existia o Google Earth, mas de qualquer forma isso me fez conhecer bem os caminhos em todas as direções na região. Eu acabei conhecendo muitas localidades num raio de 50 Km, tais como : Borda da Mata, Estiva, Congonhal, São Sebastião da Bela Vista, entre outras, cidades, vilarejos, povoados, afins e similares.

Por isso, assim que me mudei para São Paulo, em 2005, eu pensei que pudesse explorar a metrópole assim como fazia no interior. E, com efeito, foi o que eu fiz. Posso dizer sem  medo de errar que conheci lugares na grande SP que muito paulistano da gema não conhece. Por exemplo, já ouviu falar na Ilha do Bororé ? Fica na represa Billings e na verdade não é uma ilha, é uma península, mas como tem as balsas (!) para chegar e para sair do outro lado dá a impressão de ilha… O trecho mais novo do Rodoanel Mário Covas passa bem no meio dela. Enfim, só para dar mais um exemplo, sabia que tem uma aldeia indígena ali aos pés do Pico do Jaraguá ? Pois é… E por falar no Pico, já subiu lá ? Minha esposa que é paulistana não conhece esses lugares.

A balsa da Billings, gratuita e 24 horas !

A espera pela balsa, na divisa com São Bernardo do Campo, em direção à Ilha do Bororé.  Achei uma matéria legal sobre a ilha na revista Piauí : http://www.saudedafamilia.org/noticiario/revista_piaui.pdf

A vista do Pico do Jaraguá. Acima com a bike e abaixo sem.

Mas esse período de exploração não durou muito, menos de um ano. Eu me lembro que saía de casa, pegava o maior trânsito na Rebouças, depois na ponte Eusébio Matoso, pegava a Raposo Tavares, ia até o Rodoanel e voltava pela Bandeirantes, desembocando na marginal. Às vezes, subia na calçada para fugir dos carros… Hoje eu penso : Quanta loucura !! Na época eu encarava como um desafio, e o desconforto de enfrentar o trânsito era  compensado pela sensação boa de desbravador, conquistador, tipo “Que legal conhecer Sampa pedalando” ! Até que, um tempo depois, essa sensação já não era maior do que o desconforto. Comecei a pensar duas vezes antes de ir para uma rodovia, ou mesmo para ir até a Serra da Cantareira pela Zona Norte, como já tinha feito várias vezes, e por caminhos diferentes. Todo dia tinha algum episódio, uma fechada de um carro, de um ônibus. Uma vez a fechada foi tão violenta que eu tive que sair da pista e ainda por cima perdi meus óculos, que foram atropelados por um caminhão que passava…! Ainda bem que eu mesmo nunca sofri nenhum acidente.

Era isso, o romantismo do desbravamento começou a dar lugar ao temor do trânsito.  Foi quando eu comecei a tristemente perceber que o trânsito de São Paulo não é brinquedo. Foi quando comecei a ver com meus próprios olhos o que acontece com as pessoas ao volante de um carro. Lembrei-me de um antigo desenho de Walt Disney, do Pateta, mais especificamente, onde a estória tinha um quê de Dr. Jekyll e Mr. Hyde (O Médico e o Monstro),  o personagem do Pateta se transformava em monstro quando sentava no volante do seu carro. Era o Sr. Andante versus o Sr.Volante (no original Mr. Walker x Mr. Wheeler). Pois esse desenho (http://www.youtube.com/watch?v=y_i5jwXRAbE), na minha opinião,apesar de ser apenas entretenimento, é exatamente o que acontece. As pessoas se sentem poderosas atrás daquelas toneladas de metal e fazem coisas que, tenho certeza, não fariam enquanto pedestres. Não há respeito por nada nem por ninguém. Um exemplo que eu vi ano passado quando andava pela R. Arthur de Azevedo, em Pinheiros : o carro avançou o sinal vermelho, quase atropelou um pedestre (na faixa !!!) e ainda buzinou como se o pedestre estivesse errado !… Outro dia na rodovia Pres. Dutra, num pedágio, o carro estava dando ré no meio da pista ! Acha incrível ? Pois não ache, é verdade, é o monstro que existe dentro de nós. Digo nós, porque confesso : já fiquei estressado no trânsito a ponto de cometer excessos. Já me envolvi em acidentes por minha única e exclusiva culpa, dos quais tenho vergonha de falar, apesar de nunca ter me machucado… Mea culpa, sim, admito… Mas hoje o que mais me estressa no trânsito é a inépcia e a imprudência dos outros. As pessoas só se preocupam consigo mesmas, e além disso, são incompetentes na tarefa de dirigir. Não sei se compram a carteira, ou o coisa que o valha. E o desrespeito à sinalização ? Tem exemplos próximos, como o de um amigo super gente boa, mas que acha que uma conversão proibida de vez em quando não faz mal. Tem os distantes, mas que vejo sempre, como os motoqueiros que entram na contra mão para furar a fila do semáforo… Aliás, já vi carro fazendo isso, aqui na rua de casa !

O resultado disso tudo foi que eu parei de pedalar na área urbana de São Paulo, a não ser nas idas ao Ibirapuera, já que não dá para ficar sem pedalar, nem que seja um treino.  Rodovias, estradas, avenidas, tô fora….! Daí eu vejo essas campanhas todas : vá de bike, não vá de carro, e etc e tal, e os amigos que sabem que eu sou ciclista me perguntam o que eu acho, se sou contra ou a favor. Surpreendentemente, apesar de eu ser totalmente a favor da bike, eu sou contra pedalar em São Paulo. Na minha opinião, não é viável, é perigoso, respira-se muita poluição de escapamento, e além de tudo não dá prazer, só stress. É um risco desnecessário.

Para se poder pedalar na cidade de São Paulo, teria que haver mais ciclovias, ou então usar caminhos alternativos, mas é difícil, nem sempre dá para escapar das grandes avenidas. Não dá para disputar com os carros as já sobrecarregadas vias públicas, e esse papo de que o carro tem que dar uma distância de 1,5 m ao ultrapassar o ciclista é pura utopia, apesar de estar lá, no código de trânsito. Se os motoristas não respeitam o básico, que é o sinal vermelho, conversões proibidas, que dirá as bikes e seus condutores !!!

O que eu faço hoje em dia, para poder pedalar com segurança e ter prazer de fazer uma atividade física ao ar livre, é pegar o carro, enfrentar o trânsito e dirigir até uma cidade próxima, pedalar um trecho circular e voltar para casa dirigindo. Não é que eu não respeite as campanhas que incentivam o uso da bicicleta, é que eu não concordo que seja possível conviver com a porção Mr. Wheeler  das pessoas, que definitivamente está levando a melhor sobre a porção Mr. Walker.

Assim, já fui para Mairiporã (paraíso do MTB), Atibaia, Jarinu, Santa Isabel, Guararema, Jacareí, Nazaré Paulista, Santa Branca, Salesópolis, Paraibuna, Jambeiro, São Roque, Alumínio, Igaratá, Porto Feliz, Itu, Socorro, Indaiatuba, Itupeva, Jundiaí, Paranapiacaba, Extrema, Vargem,  e outras.  E, diga-se de passagem, aliás, essas trilhas são bem mais tranquilas, mais bonitas, o oxigênio muito mais abundante, e há a chance de conhecer esses lugares que acho que nunca iria se não fosse para pedalar !

Algumas fotos de trilhas que já fiz nas cidades citadas acima :

A represa de Itupararanga, que fornece energia para a CBA (Companhia Brasileira de Alumínio) em Alumínio, perto de Sorocaba.

Um singletrack pedregoso em Itu. O céu azul me fez decidir por colocar a foto.

O mirante de Paranapiacaba, distrito de Santo André. À esquerda pode-se ver a linha de trem, e ao fundo, Cubatão com neblina.

Rampa de voo em Extrema (MG).

Eu, por mim mesmo, numa dessas trilhas da vida… E usando os óculos que foram “atropelados” pelo caminhão…

Concluindo, no trânsito somos todos pedestres ! Essa frase pode parecer batida, careta, mas, no fundo, é a pura verdade. E se todos pensarem assim quem sabe o Mr. Walker tem alguma chance de vencer a parada…!

Mais uma trilha em Paraibuna ! Gostei dessa cidade ! Sábado fui para lá de novo, dessa vez para fazer o caminho até Redenção da Serra, uma pedalada de 66 Km, com muita subida e descida (1500 m).  Depois do inexorável trecho de asfalto inicial que passa por trás da barragem, o caminho já começa auspicioso, com essa estradinha ao lado da represa.  É a represa do Paraibuna, que aliás é bem bonita e me acompanhou durante um bom pedaço dessa trilha, principalmente na volta, depois de passar por Redenção.

Essa trilha teve um quê de test drive, pois eu estava usando pela primeira vez minha nova suspensão dianteira, uma Rock Shox Reba. Eu tive que trocar a suspensão original da bike que era uma Rock Shox Recon, de mola,que deu problema, daí resolvi dar um upgrade e coloquei a Reba que é a ar. Estranho esse nome, parece quando a gente fala que uma coisa é de baixa qualidade : “- Isso aí é reba !…”  Pelo menos eu falava assim quando era moleque… A nova suspa, apesar de ser Reba (engraçadinho !), foi aprovada e se mostrou de ótima qualidade, valeu o investimento, diga-se de passagem. Juro que não ganhei nenhum jabá da Rock Shox, apesar de achar que merecia, pois sempre usei essa marca e ainda faço merchandising usando um adesivo no carro !…

Olha ela aí :

Depois da pausa para o “product review“…. Vamo que vamo ! Seguindo a trilha, achei uma prainha verde com uma casa do outro lado da margem  :

Olha nessa próxima o bambuzal, que dizem que é a casa do Saci :

Nessa trilha passei por vários bairros rurais, e fui tirando fotos das igrejas, a primeira foi no Bairro do Itapeva :

Bairro Bragança, e o aviso de que não pode amarrar animais na grade da igreja :

Só tem uma coisa, um erro… Será que alguém reparou nele ? Olha o céu dessa foto e o das outras fotos… Nessa o céu está azul, sem nuvens, nas outras não. Tem até um raio de sol refletindo… É porque eu já estive nesse bairro quando fiz outra trilha, que começou em Jambeiro, e nesse dia estava fazendo sol. A foto que eu tirei dessa vez ficou embaçada, confesso. Mais um bairro, mais uma igreja. Dessa vez passei pelo Bairro de Cima, e tirei uma foto também vista de cima :

Eu costumo dizer que faço coleção de fotos de igrejas de bairros rurais… Sendo assim, mais uma para a coleção, no Bairro Lagoa :

Essa trilha visita também algumas cachoeiras. Falando nisso, olha que comparação interessante, duas fotos da mesma cachoeira, uma em setembro, a outra agora, em março. Repare na diferença da tonalidade do verde :

Consegue dizer qual é quando ? Não é difícil, é só lembrar que setembro é o final da estação seca e março é o final da estação das chuvas, portanto é só apontar qual verde está mais viçoso, certo ?

Mais uma cachoeira digna de foto :

Chegando em Redenção da Serra e assuntando aqui e ali, descobri uma curiosidade interessante : A cidade mudou de lugar por causa da represa do Rio Paraitinga. Explico : Redenção ficava numa baixada, que foi inundada parcialmente, o que causou a mudança do centro da cidade para um lugar mais alto. Porém, a antiga igreja matriz ainda existe, na beira da represa, ao lado do que restou do centro da cidade, que agora é um bairro periférico. Olha ela, ainda imponente, mas destituída do seu “posto” de Igreja Matriz de Redenção da Serra :

De outro ângulo :

Na entrada da cidade, uma escultura simbolizando a redenção dos negros, que deu nome à cidade :

Agora só faltaram as fotos da represa, na volta :

Cheguei de volta em Paraibuna depois das seis e meia, o dia estava acabando, o sol já tinha ido. Mas deu tudo certo… Durante o caminho todo, apesar das nuvens, não choveu. Qual não foi a minha surpresa ao saber, na padaria, que tinha chovido na cidade a tarde inteira ! Durante o trajeto eu passei por vários atoleiros, e ficava pensando “ainda bem que não tá chovendo !”  Dei sorte, escapei do mar de lama ! Peguei só um pouco, tipo uma lagoinha…

Mais detalhes como mapa, altimetria, e outros : http://connect.garmin.com/activity/161174132

Calma, não há motivo para pânico !… Não tem nenhuma cobra prestes a me atacar, eu não estou desesperado pedindo ajuda… Foi uma trilha que eu fiz em Socorro(SP), que levou até o Pico da Cascavel…! Apenas isso, nada demais !

Aproveitei que a Rê e sua irmã Claudia (minha cunhada querida) foram visitar os pais em Atibaia para fazer mais uma trilha. Já tinha ido pedalar em Socorro uma vez, e me chamou a atenção a beleza da região, cheia de lugares altos e bonitos. Vou começar a sessão de fotos pela tradicional foto da Igreja Matriz, bem bonita e bem antiga.

Comecei a pedalar tarde, porque saímos de SP tarde… No dia anterior (17) fomos ao niver da Thais (parabéns !) e aí já viu, né ?  Tomei algumas cervejas, fomos dormir tarde, resultado : saímos de Sampa às 9:00, chegamos em Atibaia às 10:30, cheguei em Socorro ao meio-dia.  Mas tudo bem, a trilha seria de apenas 30 Km, porém com bastante subida, já que o objetivo era uma rampa de voo livre no alto do Pico da Cascavel. Mas eu ainda tinha umas 6 horas de sol, ou seja, tempo de sobra. O dia, como dá para ver na foto da igreja, estava lindo, azul e ensolarado, mas com um vento fresco na medida certa para o sol não aquecer demais.

Logo no começo da parte de terra, um casarão em ruínas, bem interessante :

Imagine quando essa casa era habitada… Eu sempre fico conjecturando épocas passadas, acho que isso é a nostalgia que vai aflorando… Muita ficção quando era criança/adolescente, talvez ?? Um desejo subconsciente de ter uma máquina do tempo ? Pode ser… Enfim, o que importa é o agora, mas imaginar como era não faz mal nenhum !

Uma coisa eu pude perceber em Socorro : É uma cidade onde o turismo é levado a sério. É como na minha terra natal, Poços de Caldas. Parece uma cidade que sempre teve a vocação turística. Socorro é assim também, o turismo como fonte de renda importante do município. Um sinal claro disso foram as placas que encontrei no caminho, indicando “corredores turísticos” :

A partir dessa encruzilhada começou a subida. E que subida ! Ufa ! Foram 450 m em pouco mais de 5 Km. Conforme ia subindo o visual ia ficando mais interessante :

A região é bem servida de montanhas :

O sol estava inclemente, também, com esse céu azul… Mas na sombra logo aparecia uma brisa gelada, como embaixo dessa árvore :

Até que cheguei ao topo do Pico da Cascavel, onde existe uma rampa de voo livre, e também um ponto de venda de água, refrigerante, suco, providencial. Olha a vista lá de cima :

Olha a cidade lá embaixo !

Depois de reabastecer a mochila de hidratação eu segui a trilha, que começou a descer o pico por outro lado. A trilha, saindo da estrada principal, estava em péssimas condições de erosão, pedras, e para mim, que não sou louco, foi impedalável, tirando alguns trechos curtos onde dava para subir na bike. Mas era só subir e lá vinha outra erosão, maior que a anterior. Bem difícil, porém curto, ainda bem… Logo veio a estrada principal, com uma descida alucinante, bem legal !  Passei por uma quedinha d´água, singela, eu diria :

Cheguei então ao Rio do Peixe, o tal corredor turístico. Percebi mais uma vez a infraestrutura turística da estância de Socorro. Ao longo do rio, vários locais para prática de esportes aquáticos, restaurantes e passei por vários veículos transportando botes e praticantes de rafting.  Apesar do rio não estar tão bonito, meio barrento, deu vontade de tirar uma foto :

Essa foto ficou meio “estourada” de luz em cima, mas eu gostei da cor , do verde dela… Chegando de volta na cidade, passei em frente a prefeitura e gostei do que vi :

No total, foram 30,12 Km pedalados, com ascensão total de 1016 m. Bastante, dada a curta distância. Mapa e outras informações no link : http://connect.garmin.com/activity/159559447

Só faltou um detalhe : Cadê a cascavel do pico ?? Socorro !!!