Viagem pela Mantiqueira : de Pedralva à São Bento do Sapucaí

Publicado: fevereiro 24, 2012 em Aventuras
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Pedalar é  um negócio que vicia.  Acho que a gente acaba ficando dependente das substâncias que nosso corpo produz naturalmente durante o exercício físico, as endorfinas e outras… No meu caso eu sou viciado em outra coisa inerente às pedaladas : os lugares bonitos por onde passo. Não consigo pedalar sempre no mesmo lugar, estou sempre à procura de novos lugares onde ir… Por isso sempre tento encaixar uma pedalada nas viagens que faço com a Rê, minha esposa e querida.

Foi o que eu fiz nesse Carnaval : Fomos à Pedralva (MG) visitar os amigos e dar os parabéns para o Diovani, e de quebra ainda curtimos um ótimo carnaval de rua, com marchinhas tocadas por instrumentos de sopro (4 sax, 4 trompetes, 4 trombones) e percussão (caixa e surdo), no melhor estilo dos carnavais de outrora… E para unir o agradável ao agradável, nada melhor que um pedal…

Já fazia tempo que eu queria subir a estrada que sai de Piranguçu em direção à Campos do Jordão/Pedra do Baú/São Bento do Sapucaí, e já que a ideia era ir de Pedralva para Gonçalves, pronto !… A Rê me pegaria em São Bento e seguiríamos pra Gonça…

E foi o que aconteceu. Saí de Pedralva lá pelas 8 da manhã, depois de uma boa noite de sono na casa da Ana (valeu, querida !) e um café da manhã na padaria. Fui em direção ao Pedrão (o bairro e a pedra), com o sol ainda frio e tímido, mas sem nuvens e com a promessa de um dia quente e azul… Pra chegar no bairro do Pedrão, uma subida light, eu diria… Eu só pensava :   – Essa é fichinha perto da que vem…! Depois uma descida também light, e começou a reta em direção a Itajubá. Esse caminho era o caminho do trem, daí o porque de ser uma reta com quase nenhuma inclinação…

Pedrão

Outro ângulo

Cheguei em Itajubá antes das onze da manhã (!) e depois de uma parada para um repositor e uma calibrada na água segui em direção à Piranguçu. A estrada de asfalto não teve surpresas nem percalços, exceto o sol que estava inclemente e castigou com seu calor. Em Piranguçu nem parei, ansioso pelo desafio que viria.

Acho que quando a gente fica pensando muito em uma coisa, meio que preparando-se psicologicamente para aquilo, quando chega a hora H ela nunca é do tamanho esperado, sempre menor… Foi o caso dessa vez, apesar de tudo.

A serra a ser vencidaA subida, com seus 10 Km  ininterruptos e 600 m de ascensão, realmente é dura, mas é totalmente pedalável e compensa pelo visual que vai ficando pra trás… O observatório de Brasópolis, à direita, ficou visível em grande parte da subida, que também proporcionava vistas bonitas à frente. Até que chega a Vila Maria, com sua represa a 1500 m de altitude. Foi quando eu pensei : “O pior já passou !…” E tinha passado mesmo… Uma coisa me chamou a atenção : apesar da quilometragem percorrida até ali (65 Km) eu não estava acabado, ainda tinha gás… Fiz um lanche rápido e segui.

Depois de um trecho de altiplano, eu cheguei na estrada de asfalto que liga São Bento ao Paiol Grande e a Pedra do Baú, e foi onde eu tive a ideia (errada) de que tinham acabado as subidas. Ledo engano, quem disse que no asfalto não tem subida forte ?? Encontrei com uma “amiga”, uma cobra cascavel bem no meio do asfalto que quase foi atropelada por um carro, consegui tirar uma foto.

Finalmente, o Nirvana : só descida até São Bento ! E que descida ! Apesar do asfalto, curvas perigosíssimas e fechadíssimas, freios super solicitados, deu até cheiro de queimado… A estrada é bem linda, bem fechada de mata, cachoeiras pelo caminho, enfim, vale a pena.

A vista da Pedra do Baú no final foi o fechamento com chave de ouro de mais uma viagem bem sucedida de bike !! Foram 96,28 km percorridos, subida acumulada total de 1803 m. Não é bolinho !!!

De uma coisa eu sei : esse é um vício dos mais saudáveis e que proporciona as melhores viagens, literalmente falando !!!

Mais detalhes como altimetria, mapa e outros estão na página do Garmin Connect :                               http://connect.garmin.com/activity/151762984
Até a próxima !!

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