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Esse post, já aviso, não fala do trinômio básico desse blog (Bike, Música e Comida), mas dá uma pincelada em dois desses assuntos… É que eu preciso falar desse lugar lindo e incrível onde estivemos eu e a Rê, que é a Barra da Ibiraquera.

A Ibiraquera em questão é uma lagoa, que fica no município de Imbituba, em Santa Catarina, vizinha da Praia do Rosa e, consequentemente, do município de Garopaba, também nesse estado, a aproximadamente 100 Km de Florianópolis, em direção ao sul de Santa Catarina. Essa lagoa, dependendo da maré, comunica-se ou não com o mar… Na ocasião em questão, quando estivemos lá, havia um istmo de areia separando a lagoa e o oceano…

Lagoa pouco profunda, daquelas que você anda e a água não passa dos joelhos, água meio salgada e meio doce, e com a serra catarinense emoldurando a paisagem ao fundo, maravilhosa !

lagoa ibiraquera

Nós fomos para lá para visitar amigos muito queridos, o casal Madhav e Sana, mas acabamos encontrando outros velhos amigos e fizemos amigos novos, muito especiais ! Isso é o que chamo de unir o agradável ao agradável !

Madhav é gerente de uma pousada, a Mevlana Garden (www.mevlanagarden.com.br) , e a ocasião da nossa visita coincidiu com um festival promovido por eles chamado Mukti Festival, onde participamos de vivências de meditação, de teatro, yoga, workshops,shows musicais, além de outras atividades culturais. No jardim da pousada está o Templo do Lótus Branco, linda edificação em madeira, palco de muitas dessas atividades :

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Além do festival, o feriado prolongado proporcionou passeios a pé, como a trilha que percorremos (eu e a Rê) até a praia do Rosa, um singletrack que fez ter saudade da minha bike… Aí vem a inevitável pergunta : por que não levou ? Respondo : porque fomos de avião, e eu, além de não ter um mala-bike, achei que não valeria o risco do transporte… E também porque pensei que fosse encontrar alguma bike para emprestar, alugar, enfim… Mas não rolou, e mesmo assim foi muito legal tudo …!

Voltando ao assunto da trilha para o Rosa, olha algumas fotos :

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Até que chegamos ao outro lado, a Praia do Rosa :

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Duas das atrações do festival eram meus grandes amigos Gustavo Carvalho e Elder Costa, fazendo seus shows no templo. Momentos especiais de música e amizade. Reencontrei também nessa ocasião o querido Omar Fontes Jr., amigo desde as épocas de Campinas… E pude conhecer um percussionista “dus bão”, o Vanderlei Silva, carioca figura, filho do grande e lendário Robertinho Silva. Outra pessoa que conheci nessa “gig”  foi o tecladista e produtor Tiago Pinheiro, esse “dus ótemo” ! Mas o melhor disso tudo foi tocar ao lado dessa turma toda, numa “canja” no show do templo e depois, quando tudo acabou em pizza (literal e deliciosamente), no restaurante anexo à pousada, chamado Mística Pizza, numa jam session das mais animadas que já participei… Teve até um vídeo : (http://www.facebook.com/video/video.php?v=465315910177932&saved). Uma coisa interessante dessa viagem é que toda noite acabava em pizza e cerveja, no mesmo lugar, o Mística Pizza. Tivemos a oportunidade de experimentar todo o cardápio, nesses três dias, e aprovamos ! A massa fina e crocante, com gergelim e outros grãos integrais e os recheios inusitados mas nem tanto explicam o slogan “Misteriosamente boa…!”

Olha o momento que o Gustavo me passa o baixo, na canja, clicado por outro amigo que reencontramos lá, o Herrera :

canja mukti

Mais uma do Herrera, todos juntos no agradecimento final :

canja mukti 2

Muita satisfação em participar desse momento mágico, grato a todos !

O festival ainda teve uma apresentação de Maracatu, olha a Rê se esbaldando !…

re no maracatu

O autor dessas fotos e amigo querido que não víamos há muito tempo ! Luiz Henrique Herrera, com a sua licença de usar as fotos, grato !

herrera no maracatu

Por falar em amigos queridos, tem uma pessoa que não conhecíamos, mas depois de alguns minutos de papo parecia nossa amiga de infância… A Maitri, que foi nossa anfitriã, mais que demais, além de nos deixar ficar na sua casa, ainda nos emprestou a própria cama e nos preparou um café da manhã no dia da viagem de volta, às 4:00 da manhã, que foi uma delícia, o melhor café da manhã dos últimos tempos, porque foi feito com carinho !!…. Muito gratos, Maitri, por sua generosidade e hospitalidade ! Ela também trabalha na pousada, e durante o festival, por conta de seus afazeres, quase não nos vimos… No domingo, depois que acabou o festival foi que pudemos sentar e conversar…! Foi ótimo !

Gratos também a todos da pousada, especialmente Madhav e Sana, queridos, pelo convite e pela acolhida !

E para terminar, mais uma foto do Herrera, para despedir desse lugar, que na próxima vez vai ser palco de uma viagem de bike ! Juro ! Já combinei com o Madhav uma pedalada pela serra Catarinense, no ano que vem ! Aquelas serras ao fundo…

lagoa da ibiraquera

Até a próxima !

Sempre que eu falo que toco com o Hélio Ziskind, as pessoas raramente sabem de quem eu estou falando, assim, de cara. Mas basta eu falar no Cocoricó da TV Cultura que a maioria sabe. Para quem não é da época do Cocoricó, basta eu falar em Castelo Rá-Tim-Bum. Para os mais velhinhos ainda (me incluo nessa categoria), ainda tem a alternativa do Glub Glub. Pois é , a abertura do Glub Glub é do Hélio… A do Castelo também… A do Cocoricó também… No caso do Cocoricó, não é só a abertura : o Hélio já fez mais de cem músicas para o programa !!! Imagine quantas crianças já se divertiram aprendendo com as músicas dele ?

Eu toco na banda do Hélio desde 2006, quando fizemos uma temporada de quatro shows no SESC Pompéia. Foi a minha primeira experiência com o público infantil, e devo dizer que adorei. Aliás, adoro até hoje… Acabei até lançando um disco autoral de músicas para crianças, sob encomenda de uma escola de Campinas (SP).

Tocar para crianças é muito bom, eu diria que em certos aspectos é até melhor que tocar para os adultos. Tocar para crianças geralmente é a tarde (ou de manhã). Em show para crianças não tem bêbado chato pedindo para você tocar Raul…! Não é que eu não goste do Raul, eu não gosto é dos bêbados chatos…! A criança é transparente : se gosta, presta a maior atenção, se não, vai brincar com o amiguinho do lado, e tá tudo certo, também. Show para crianças é sempre a maior algazarra, o que eu particularmente acho uma delícia !  Mas o mais engraçado é que os pais muitas vezes se divertem tanto quanto os pequenos, eu sempre vejo muitos cantando junto as músicas, eles sabem as letras de cor… Lembro de um amigo baterista, O Edu Ribeiro, que levou o filho dele, o Théo em um show no SESC Pompéia, e no final me falou que tinha sido o melhor show da vida deles, sem exagero ! Não é para menos : a criança quando gosta de uma música, geralmente ouve aquilo umas cem vezes de cada vez, não é assim mesmo ? Resultado : os pais acabam decorando também, e curtindo junto com os filhos.

Mas aí entra outro aspecto da obra do Hélio que para mim é o mais legal, a direção mestra que norteia a produção musical dele, na minha opinião : O fato de que ele não subestima a inteligência das crianças. Ele não faz a música pensando que vai ser para uma determinada faixa de público, ele simplesmente compõe do jeito que ele gosta, do jeito que ele acha que fica bom, não apelando para soluções fáceis ou atalhos simplificadores, só porque é para crianças. Isso torna a música uma verdade, e não uma fórmula para agradar.  O resultado é que as crianças gostam, mas os adultos também. Eu sou suspeito, eu sei, mas eu adoro algumas músicas dele, e sei cantar a maioria delas…

Outro resultado prático dessa filosofia é que as músicas ficam ótimas para tocar, são desafiadoras técnica e teoricamente, e nunca ficam na mesmice ou chatas. Tem músicas que eu comparo (livremente) com suítes de rock progressivo, tantas são as partes onde mudam os tons, os andamentos, as levadas, os climas. Num show típico, por exemplo, tem rock, baião, funk, balada, blues, só para citar alguns. Tem músicas que eu toco com o baixo elétrico (Fender Jazz Bass) e tem outras que eu toco o semi-acústico fretless (sem os trastes, os “ferrinhos” do braço, para os leigos). Já tiveram uns shows onde eu levei até o baixão acústico, o grandão…! Para nós, músicos, esse é o verdadeiro paraíso, poder exercitar as habilidades que estudamos e ainda sermos pagos por isso, que prazer !!

E essa gig já me levou para tocar em lugares tão diferentes, como Passo Fundo, no RS, Belo Horizonte e Juiz de Fora, em MG e Florianópolis, em SC.  Já tocamos também em várias cidades do interior de SP, como Bauru, Ribeirão Preto, Araraquara, São José dos Campos, São Luiz do Paraitinga, Presidente Prudente, Santo André, isso sem contar a capital, onde já nos apresentamos nos SESCs Pompéia, Belenzinho, Bom Retiro, Santana, Consolação, Vila Mariana.

Olha a partitura de uma das cantigas de roda : “O Cravo Brigou com a Rosa”; e à esquerda, o set list do show de domingo 22/04. Falando nisso…

Pois bem, esse preâmbulo foi para contar da temporada que estamos fazendo no SESC Santo Amaro nesse mês de abril/2012 que é uma mostra de repertório do Hélio Ziskind. Isso significa que são quatro shows diferentes, cada um dedicado a um disco. Outro desafio : aprender umas trinta músicas novas e deixá-las ensaiadas. Isso demandou um certo trabalho, e muitos ensaios, mas valeu a pena. Valeu visitar a obra do Hélio de uma maneira mais profunda, e poder ter contato com as várias facetas desse grande compositor.

O primeiro show, dia 8 de abril, foi dedicado ao disco “Meu Pé Meu Querido Pé”, que tem, por exemplo, a série “Passarinho, que som é esse ?”, que ensina para as crianças como soam os instrumentos, a música do Ratinho que falava de reciclagem, isso há mais de quinze anos atrás. Isso é que é avant garde. A música do Ratinho tomando banho é, na minha opinião, um clássico da música infantil de todos os tempos. O show teve a participação especialíssima da Ná Ozetti (Que cantora, hein !!!??? Demais !!) cantando a música do Plutão, o cachorro, baseada num poema de Olavo Bilac, que foi emocionante. Mas para mim a maior emoção foi tocar a música da abertura do Glub Glub, que eu assistia na minha infância, e teve aquele sabor de nostalgia….

No segundo domingo, dia 15 de abril, foi a vez do disco que eu mais gosto do Hélio : O Gigante da Floresta. Esse disco foi concebido como um especial do Cocoricó, e conta uma história real : a do jequitibá de Carangola, MG, de 1500 anos e 50 m de altura, que foi incendiado e ardeu por 11 dias, e seis meses depois do fogo apagado, deu novos brotos e folhas. Essa história para mim é muito emocionante, e o jeito como o Hélio conta e canta ela é magistral. Primeiro os personagens do programa viajam até a cidade de Carangola para ouvir a história da árvore gigante, que começa com o voo da semente fazendo piruetas no ar, a germinação, o crescimento da árvore, até chegar na parte do incêndio, onde o ouvinte fica torcendo para os bombeiros apagarem o fogo. No final feliz, o sol ilumina uma notícia publicada na Folha de São Paulo sobre as folhas novas da árvore que sobreviveu. Notícia essa que foi o estopim desse disco… Músicas boas de tocar e de ouvir

No terceiro domingo, dia 22 de abril, foi a vez das cantigas de roda, que estão presentes em dois discos do Hélio : “Cantigas de Roda” e “Trem Maluco” . O show teve a participação especialíssima de um duo de cordas : Luiz Amato no violino e Adriana Holtz no violoncelo. Mas quem roubou a cena foi a filha deles, a Mariana, de oito anos, que subiu no palco junto com os pais e cantou com a gente, a coisa mais linda essa menina !!!

No quarto e último domingo (próximo dia 29 de abril) será a vez do disco “O Elefante e a Joaninha”, que foi lançado em 2010, e do qual eu orgulhosamente participo. Esse disco tem muitas músicas bem legais, que também são muito boas de tocar e ouvir. É o que eu disse num parágrafo anterior : não parece música de criança, e sim música de gente grande, muito bem feita por sinal !!

Passarinho, em tempos bicudos como esses em que vivemos, esse som é um alento para todas as idades e uma esperança de que os tecnobregas e os seja-lá-o-que-for universitários vão parar de dominar nossa tão combalida Música Popular Brasileira !!

Link para a nota que saiu na Folha falando dessa temporada : http://www1.folha.uol.com.br/folhinha/1071189-shows-reunem-todos-os-discos-do-compositor-de-cocorico.shtml

Uma amiga querida costuma dizer que nós temos rodinhas nos pés… Eu tenho que concordar. Depois da última ida para Pouso Alegre eu tinha dito para mim mesmo que ficaríamos um tempo em SP, para dar uma economizada, etc,etc… Esse tempo, no fim das contas, se resumiu em apenas um fim de semana sem viajar.

A Rê trabalha com eventos (casamentos, batizados, bar mitvah, etc) e a nossa amiga gerente do Hotel Ponto de Luz em Joanópolis-SP, a Jorene (Jô para os íntimos) tem interesse de realizá-los no Hotel. Daí o convite : “- Você (e seu marido) não querem passar o final de semana aqui ? Daí a gente conversa sobre a realização de eventos…” Perfeito, por mim vamos lá, tô dentro !!!

O Ponto de Luz é um hotel diferente. É um spa holístico, dizem que o primeiro do Brasil. Não duvido, já que foi inaugurado há 18 anos atrás, numa época em que ninguém sabia o que significava holístico. Explico : holístico vem da palavra da língua inglesa whole (lê-se “roule”, daí holi, e, pronto,virou português !) que significa inteiro, no caso tratar o paciente por inteiro, Corpo, Mente, Espírito, e não só onde ele apresenta problemas. O hotel oferece um ambiente com natureza exuberante, muita paz e tranquilidade, no alto da Serra da Mantiqueira (1000 m), entre Joanópolis e Monte Verde, e dispõe de muitas terapias alternativas, como massagens, reiki, banhos com ervas, etc. Confira o site no link :

http://www.hotelpontodeluz.com.br/

Uma foto na chegada, acolhedora :

Saímos de São Paulo com sol, mas a chuva nos alcançou antes da chegada. Depois de um almoço leve e delicioso e uma meia hora de digestão, adivinha o que fui fazer ? Bingo pra quem falou pedal !! Mas na hora não foi tão fácil assim a decisão de pedalar. Pelo adiantado da hora (13:00) e pela chuvinha que caía, eu confesso que a preguiça gritou alto… Foi quando me deu um estalo e eu pensei, se não for eu vou me arrepender depois… No fim ainda bem que eu fui, porque a chuva não foi suficiente para estragar o passeio. E foi bem isso, um passeio de 18 Km até a divisa de estados SP/MG, na direção de Monte Verde, e resumindo, subida na ida e descida na volta. 500 m em 9Km, com refrescos (eu chamo de refrescos as descidinhas que às vezes aparecem, quando subo alguma serra). No final de uma subida, já em Minas, um entroncamento rural de três estradas, bem importantes : Uma vem de Monte Verde, outra da Cachoeira dos Pretos, e a que eu vinha, de Joanópolis.

No meio do caminho tinha uma pedra… (e umas árvores, e uma macumbinha, também)

Nesse ponto estava a 1300m de altitude, e mesmo com a chuva, a vista estava bonita…

Outra placa :

Nesse ponto resolvi voltar, já que não havia tempo hábil para chegar a lugar nenhum.  A descida na volta foi quase o tempo todo, tirando duas subidas (os já citados refrescos, que na volta viraram os “vilões”). Foi bom para um treino… No total, como já disse, 17,55 Km com 582 m de subida acumulada… Mais dados em :

http://connect.garmin.com/activity/157325684

À noite, depois do jantar temático espanhol, fomos assistir ao espetáculo flamenco de Ana Marzagão e convidados : música e dança, cultura e tradição ali na nossa frente, demais ! Fiquei hipnotizado pelos ritmos, bem diferentes, e toda hora as bailaoras faziam movimentos rítmicos inusitados,  de improviso, e com os sapatos batendo no tablado, criavam verdadeiros instrumentos de percussão que interagiam com o violão (guitarra,em espanhol, como elas fizeram questão de chamar) e com as vozes e palmas, fazendo parte da “banda”, por assim dizer. Até fiquei curioso como músico, já que nunca toquei música flamenca,e os compassos me pareceram “quebrados”.  Fui pesquisar. Ah, essa internet, é impressionante como dá para achar qualquer coisa na rede… Olha só que legal esse link, é um artigo de um violonista chamado Fabiano Carlos Zanin, em que o flamenco é analisado pelo lado musical.

http://www.fap.pr.gov.br/arquivos/File/RevistaCientifica3/15_Fabiano_Zanin.pdf

Descobri que a música flamenca se baseia em um compasso de doze tempos, porém acentuados de maneira irregular. Num blues tradicional, por exemplo, o compasso de 12/8 é acentuado a cada três tempos : 1-2-3-1-2-3-1-2-3-1-2-3. Já no flamenco a colocação dos tempos fortes é irregular, pode ser 1-2-1-2-1-2-3-1-2-3-1-2 ou 1-2-3-1-2-3-1-2-1-2-1-2. Continua sendo um compasso de doze tempos, porém as acentuações irregulares dão a impressão de ser “quebrado”. Bem legal. Pra quem se interessar pela cultura da Andaluzia, o link para o site da bailaora e professora  Ana Marzagão:

http://anamarzagao.wordpress.com/

Fomos dormir cedo para um sábado : 23 h e estávamos deitados. Resultado, sete e meia da manhã eu estava de pé, e apesar da chuva do dia anterior, o céu estava azul, sem nuvens, lindo, lindo… Pedindo por um pedal !…

E lá fui eu, mesmo trajeto do dia anterior, só que com sol. Mais um treino de subida. Olha as fotos :

No dia anterior eu nem dei bola para essa escola rural. Com sol, o amarelo claro ficou luminoso…

A serra do Lopo (também conhecida como serra do Gigante Adormecido) ao fundo. Na verdade, apesar do nome diferente, já é o começo da Serra da Mantiqueira.

Já que eu falei em Serra da Mantiqueira :  Subida !

Olhai os lírios do campo…!

A mesma encruzilhada Joanópolis-Monte Verde-Cachoeira dos Pretos. Nuvens já se formavam no horizonte.

Nesse segundo “treino”, andei um pouco mais, pedalei no total 24,24 Km. Cheguei até esse ponto da estrada onde aparece o portal da foto abaixo. Mais detalhes do percurso no link : http://connect.garmin.com/activity/157325799

Na chegada de volta ao Ponto de Luz, uma foto do templo do Encontro :

Muito obrigado à Jô e a toda equipe do Ponto de Luz por nos proporcionar esse fim de semana maravilhoso, e espero que muitos casamentos rolem nesse lugar que é realmente um ponto de luz na serra da Mantiqueira.

Nesse último fim de semana fui visitar meus pais, que moram em Pouso Alegre – MG, aproveitando que eles fizeram 41 anos de casados no último dia 20. Parabéns ao dois ! Nessas ocasiões sempre tento arranjar uma gig (na gíria musical, trabalho, show com cachê) para unir o útil (pagar a gasolina) ao agradável (visitar os pais).

Fui tocar no República bar, talvez o lugar onde o som começa mais tarde do planeta (começa às 2 da manhã !), e é claro que termina tarde também… Nesse dia acabou às 5 da manhã… Mas tudo bem, dá pra chegar em casa e tomar o café da manhã com a D. Rosa (mamãe), que acorda invariavelmente à seis da manhã. Faça chuva ou sol, horário normal ou de verão, seis horas da manhã e lá está ela, abrindo a porta para entrarem os gatos… Mas também, ela vai dormir todo dia invariavelmente às dez da noite, então certa está ela que dorme oito horas toda noite. Enfim, já eram sete da manhã de sábado quando fui dormir.

Acordei tarde, claro, lá pelas 15h, com aquela preguiça… Resolvi dar uma pedalada pra espantar a pasmaceira, mas foi curta, só 18 km… Fui lá pros lados do bairro Belo Horizonte, uma estrada de terra que margeia a linha do trem, que até uns anos atrás ainda tinha um trem turístico, mas hoje está abandonada, e em certos lugares, soterrada por mato ou por terra, o que, confesso, me deixou triste…

Esse lugar merece um parágrafo, pois foi onde tomei gosto pela aventura de bike. Há mais de dez anos, eu tinha uma Caloi Aspen Sport de 21 marchas (empty suspension, como diz o Urso) e fui pedalar por essa estrada num dia chuvoso. Meus pais moravam em Pouso Alegre há pouco tempo, então era meio uma exploração das redondezas. Como sempre fui fissurado por trens e afins, ao me deparar com a linha fiquei animadíssimo e fui pedalando ora pela linha do trem, ora pela estrada de terra. O porém é que essa estrada de terra, por causa da chuva, estava um mar de lama, e essa lama começou a grudar nos pneus, travando as duas rodas… Resumindo, eu fiquei inteiro sujo de barro e molhado de chuva, mas fiquei me sentindo uma criança de novo,com a alma leve e acho que foi aí que o bichinho da aventura me pegou, pois a partir disso não parei mais de pedalar.

Como sempre acontece quando estou pedalando, fiquei pensando em como as coisas são : há mais de dez anos esse lugar era o máximo da exploração, da aventura, hoje, é só uma estrada que liga o bairro Belo Horizonte à Fernão Dias, que eu conheço como a palma da mão… Ela continua lá, quem mudou fui eu : já pedalei mais de 30.000 km desde então, é claro que a bagagem da experiência aumentou. Aliás, acho que 30.000 km é pouco, pois só em 2011 foram mais de 6.000….

Enfim, acho que é por isso que eu pedalo : sempre em busca dessa sensação de explorador, de aventureiro, e com os horizontes cada vez maiores. E vamo que vamo, por falar nisso, qual é a próxima aventura ??

Estrada do Belo Horizonte vista da "árvore"

P.S. – Nesses mais de dez anos de pedaladas por essa estrada, eu acabei “adotando” uma árvore que é a única no alto do morro, e já foi até palco de um piquenique da turma, com direito a poesia da Adélia Prado, violão e cantoria em um autêntico sarau ao ar livre. Vou até colocar uma foto dela, abaixo.

A Árvore

Link do Garmin Connect para esse passeio (com mapa e outros dados) :

http://connect.garmin.com/activity/153199504

Primeiro post !

Publicado: fevereiro 13, 2012 em Perfil
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Já faz um tempo que tenho vontade de escrever um blog… Já faz um tempo que meus amigos (Oi, Alda!) me incentivam a escrever um blog… Diz uma música do Dave Matthews que o primeiro passo, por menor que seja, é o mais difícil de todos. Como isso é verdade ! No meu caso, demorou, mas esse passo foi dado !

Eu sempre gostei de escrever, desde a época do colégio, enquanto outros se descabelavam diante da “terrível” tarefa, eu me divertia em inventar estórias para colocar nas redações… Nos vestibulares que tinham a redação com peso grande eu sempre me dei bem. Só um exemplo : das quatro (!) vezes que eu prestei o vestibular da Unicamp, minhas redações me levaram todas elas para a segunda fase. Não é que eu esteja querendo me gabar, é só pra comprovar oficialmente (com o aval dos professores que corrigiram meus textos) o gosto pela escrita e portanto, indiretamente, a existência desse blog…

Quando surgiram os e-mails (infelizmente eu tenho idade pra ter visto isso…) eu me divertia escrevendo-os, nos primórdios da conexão discada. Ainda hoje, em plena era do Twitter e da fibra ótica, eu escrevo e reescrevo meus e-mails até eles passarem pelo meu crivo de revisor chato… Parêntese da piada : Aliás, eu sou da época que escrevia-se  tweeter e  ele era apenas um alto-falante pequeno que só emitia sons agudos…!

Acho que meus amigos não gostam muito do fato de os meus e-mails serem às vezes textos longos e detalhados. Digo isso porque eles raramente os leem… Um exemplo : Nos e-mails de combinação da pedalada do final de 2011, eu mandei vários textos detalhados sobre o trajeto, perfil altimétrico, distâncias diárias, etc, e ainda teve um que vira e me pergunta, no alto da Serra da Canastra, no primeiro dia de pedal, quantos dias seriam no total !!

Enfim, o fato é que eu gosto de escrever, assim como gosto de ler, e mesmo que as pessoas não leiam meus e-mails, eu vou continuar escrevendo-os do jeito que sempre escrevi… E a partir de agora, também vou escrever nesse blog, e assim, liberar um pouco dessa vontade reprimida.

Minha ideia para meu web log (andei pesquisando, não tinha sacado ainda de onde veio a palavra blog, que já virou até verbo !) é falar das três coisas que eu mais faço na vida, que são Tocar, Pedalar e Cozinhar… Sou baixista profissional, formado em música pela Unicamp (meu quarto vestibular na dita universidade…), ciclista e cozinheiro amadores.

Meu sonho é encontrar um jeito de juntar essas três coisas em algum projeto viável, e esse blog é o começo do caminho para descobrir que projeto é esse.